Lesão de Nervos Periféricos: o que são e como tratar

O corpo humano é composto por um emaranhado de “cabos” que conectam e transmitem mensagens entre o cérebro para diferentes partes do corpo. Eles são chamados de nervos e podem sofrer algumas lesões, entre elas as lesões de nervos periféricos. 

Uma lesão nervosa possui suas próprias características e impactos específicos no sistema nervoso, que podem variar em gravidade e tipo, desde danos temporários até lesões mais sérias e permanentes. 

Neste artigo, iremos explorar o que são as lesões de nervos periféricos, os principais tipos de lesões, seus impactos e tratamentos. Boa leitura! 

O que é uma lesão no nervo periférico? 

Os nervos periféricos são como “cabos” do sistema nervoso, conectando o cérebro e a medula espinhal a todas as partes do corpo, incluindo órgãos, músculos e pele. Ou seja, possibilitam funções vitais, como visão, audição, movimento facial, olfato e o paladar.  

Essa rede de nervos é fundamental para o funcionamento do corpo humano e para a interpretação e resposta adequada aos estímulos externos e internos. São eles que transmitem mensagens, como toque e dor, e comandos para movimentar os músculos. 

Quando tocamos algo quente e retiramos rapidamente a mão, por exemplo, é graças aos nervos periféricos que enviam a mensagem de dor ao cérebro e o cérebro responde rapidamente para proteger a mão.

Principais lesão no nervo periférico

As principais lesões nos nervos periféricos incluem: neuropraxia, axonotmese e a neurotmese. Estas lesões podem resultar de traumas leves ou lesões mais graves, impactando a função dos nervos do corpo.

Neuropraxia

A neuropraxia é uma lesão leve e temporária do nervo periférico, onde ocorre uma interrupção temporária na transmissão dos sinais nervosos. Nesse caso, não há dano estrutural permanente no nervo, mas apenas uma interrupção temporária na função nervosa. 

Os sinais mais comuns da neuropraxia incluem: 

• Dormência
• Formigamento
• Fraqueza muscular
• Dormência

Por exemplo, ao batermos o cotovelo, é comum sentir um formigamento no braço. Isso ocorre devido a uma compressão temporária dos nervos, ou nos casos de quando alguém cruza as pernas por um longo período, comprimindo os nervos. Isso resulta em um formigamento temporário nas pernas. 

Portanto, a neuropraxia tem cura. Normalmente, ela se resolve por conta própria e à medida que o nervo se recupera, não deixando danos e sem necessidade de intervenção médica.

Axonotmesias

A axonotmesis é uma lesão nervosa periférica mais grave do que a neuropraxia. Nesse caso, ocorre uma interrupção na continuidade dos axônios (por isso o seu nome), que são as estruturas responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. 

Em resumo, os axônios são como fios dentro dos nervos que carregam sinais elétricos do cérebro para outras partes do corpo. A bainha de mielina atua como um isolante ao redor desses axônios, acelerando a transmissão dos impulsos nervosos. 

Imagine o cabo de um fio elétrico que é cortado parcialmente, afetando a transmissão de energia, mas sem danificar totalmente a capa protetora externa do cabo. A recuperação é mais lenta, uma vez que os axônios precisam crescer e restabelecer a comunicação nervosa novamente. 

As causas da axonotmesis podem ser por lesões mais graves, como estiramentos intensos nos nervos, compressão prolongada na região, ou até mesmo por lesões traumáticas com facas, acidentes graves ou impactos diretos nos nervos. 

Entre os sintomas da axonotmesis incluem:

• Dormência
• Formigamento
• Fraqueza muscular
• Perda parcial da função nervosa na área afetada 

A diferença crucial entre axonotmesis e neuropraxia é que na segunda há apenas uma interrupção temporária na condução dos sinais, enquanto na primeira, os axônios são afetados, mas a bainha de mielina que os envolve permanece intacta. 

Neurotmesis

Neurotmesis é o tipo mais grave de lesão nos nervos periféricos. Nesse caso, há uma interrupção completa na estrutura do nervo, afetando não apenas os axônios (parte responsável pela transmissão do impulso nervoso), mas também a bainha de mielina e os tecidos que o envolvem. 

Neste caso, é como se um cabo elétrico fosse cortado, interrompendo totalmente a passagem do sinal elétrico. Isso leva a uma perda total ou parcial da função nervosa na área afetada. 

Diferentemente da neuropraxia e da axonotmesis, na neurotmesis, os nervos não têm a capacidade de se curar por conta própria. Essa interrupção pode ser resultado de lesões traumáticas severas, como cortes profundos, lacerações, esmagamentos ou lesões por armas de fogo. 

Os sintomas da neurotmesis podem variar de acordo com a gravidade da lesão, mas geralmente incluem: 

• Perda total da sensação; 
• Paralisia muscular; 
• Perda de controle sobre a área afetada. 

Como diagnosticar uma lesão no nervo periférico?

Para diagnosticar a extensão da lesão no nervo periférico, o médico precisa avaliar os sintomas, o histórico médico e realizar testes clínicos simples. Para isso, ele realiza exames físicos para testar a sensibilidade, reflexos e força muscular do paciente na área afetada. 

Além disso, podem ser solicitados exames complementares, como eletroneuromiografia (ENMG) ou ressonância magnética, para avaliar a função nervosa e identificar possíveis danos mais graves. 

Esses testes ajudam a determinar a extensão e a localização da lesão no nervo, permitindo um diagnóstico mais preciso. 

Compreendendo as lesões nos nervos periféricos

Enquanto a neuropraxia representa uma lesão temporária, a axonotmesis representa danos mais extensos nos axônios, e a neurotmesis, a forma mais grave, implica em danos estruturais completos nos nervos. 

Portanto, caso tenha sofrido alguma lesão ou sofrido algum acidente e apresentado alguns dos sintomas tratados ao longo do artigo, é imprescindível procurar ajuda médica para identificar os sintomas e chegar a um diagnóstico preciso. 

A Unidade Médica Avançada conta com uma clínica no Itaim Bibi, em São Paulo, com um tratamento humanizado e uma equipe especializada e atualizada em dor para devolver a qualidade de vida.