Você sabe o que é Meningocele e Mielomeningocele e a diferença entre elas?
A mielomeningocele e o meningocele são dois tipos da doença espinha bífida. A espinha bífida é uma doença congênita que causa malformação neuro-espinhal, ou seja, os ossos da coluna espinhal não se formam da forma correta. São dois tipos mais graves da doença, em que ela deixa uma manifestação evidente, como se fosse um saco nas costas do bebê.
Em geral, a doença pertence à família dos Defeitos de Fechamento do Tubo Neural. O tubo neural é a estrutura no bebê que dará origem ao seu cérebro e medula espinhal (por isso se caracteriza como uma malformação neuro-espinhal) e se forma no começo da gravidez, durante o 22º ao 23º dia de gestação.
Ao todo, existem três tipos de espinha bífida: oculta, Meningocele e Mielomeningocele. Sendo as duas últimas, os tipos em que a doença evolui e cria um “saco” na região lombar da criança. Isso impacta diretamente no desenvolvimento do paciente, no entanto, com o avanço da medicina, alguns diagnósticos podem ser realizados antes mesmo do nascimento.
Agora, se quiser entender mais sobre Meningocele e Mielomeningocele, as diferenças entre elas, suas principais características e os fatores que levam ao desenvolvimento dessa doença no bebê, continue lendo nosso artigo. Boa leitura!
Afinal, o que é a Mielomeningocele?
A mielomeningocele é um dos tipos de espinha bífida, precisamente, conhecida como espinha bífida aberta. Ela é uma malformação congênita na coluna vertebral da criança e faz com que a medula, as meninges e raízes nervosas do paciente fiquem expostas, pois não se formam de forma correta durante a gravidez.
A espinha bífida aberta representa um grande risco para o desenvolvimento do cérebro do bebê, pois afeta o tubo neural, responsável por dar origem ao seu cérebro e a medula espinhal. Por isso, alguns bebês podem sofrer com alterações na formação da coluna vertebral, nascendo com o tipo mielomeningocele – que resulta na formação de uma espécie de “saco”, que fica exposto na região lombar, quase no final da coluna.
Esse “saco” na pele do bebê pode conter a meninge (membrana que protege o sistema nervoso central), nervos, medula espinhal e o líquido cefalorraquidiano, um líquido que passa na coluna e pelo cérebro e funciona como um amortecedor, além de fornecer nutrientes importantes para o tecido nervoso.
A causa da mielomeningocele ainda não foi estabelecida, no entanto, sabe-se que ela está relacionada com histórico de vida do paciente e carência nutricional com a deficiência de ácido fólico pela mãe durante a gestação, que não fornece os nutrientes necessários para a criança se desenvolver de forma saudável.
E o que é Meningocele?
A meningocele é uma forma mais branda do tipo espinha bífida aberta. Geralmente, a meningocele não impacta no desenvolvimento neurológico da criança, pois ela não expõe a medula espinhal, nem os nervos, como ocorre na Mielomeningocele. Ela afeta as meninges que causam a saliência, isto é, o “saco” nas costas da criança, devido ao aumento da pressão intervertebral.
A meningocele pode acometer também outras espécies, como os cães, gatos e bovinos. A gravidade deste tipo da doença está, portanto, relacionada com a extensão do problema na coluna do bebê. Entretanto, a criança pode seguir com a vida normal sem muitos tratamentos ao longo da vida, sendo necessário uma cirurgia para reparar os problemas da coluna.
Diferença entre meningocele e mielomeningocele
A espinha bífida pode se apresentar na forma da meningocele, em que somente as meninges da coluna nascem expostas; e na forma de mielomeningocele, em que, além das meninges, a medula e nervos estão expostos nas costas do bebê.
A meningocele e a mielomeningocele se diferenciam, portanto, pelo grau de gravidade de cada condição, sendo que a segunda é considerada o tipo mais grave de espinha bífida, expondo a criança a uma série de complicações, que podem afetar a capacidade neural, motora, além de aumentar o risco contrair infecções e outras doenças.
Qual a causa da espinha bífida?
Como vimos, as causas para o desenvolvimento da Mielomeningocele e Meningocele não foram ainda totalmente estabelecidas. O fator maior está relacionado à deficiência nutricional, com a ingestão insuficiente de ácido fólico pela mãe (vitamina B9). Essa vitamina é responsável por realizar o processo de síntese de DNA – fator essencial no processo de desenvolvimento do bebê no útero.
Sintomas
Os sintomas da Meningocele e Mielomeningocele dependem de cada caso particular, mas costumam causar:
- Paralisia dos membros inferiores, como as pernas e o pé;
- Fraqueza muscular;
- Meningite em bebês recém nascidos;
- Falta de controle da bexiga;
- Falta de controle do intestino;
- Perda de sensibilidade para temperaturas;
- Deformidades nas pernas ou pés;
- Entre outros.
Portanto, algumas crianças podem perder o controle da bexiga e intestino, além de que as pernas podem ficar parcial ou completamente paralisadas e/ou sem sensibilidade. Enquanto outras podem sofrer com doenças como a hidrocefalia, que causa um acúmulo de fluido no crânio que leva ao inchaço do cérebro e afeta o desenvolvimento da criança.
Principais tratamentos para a doença
O tratamento da Mielomeningocele e da Meningocele deve ser realizado imediatamente após o nascimento do bebê. É necessário, portanto, a realização de uma cirurgia dentro das primeiras 48 horas de vida para reparar os problemas da coluna, como os nervos expostos e a medula no canal espinhal.
Em alguns casos, como a Mielomeningocele, ela pode ser diagnosticada durante a gestação e existe a opção de uma cirurgia intrauterina, ou seja, uma operação com o bebê ainda no útero da mãe, na qual o cirurgião reparará a medula espinhal.
Além disso, a cirurgia intrauterina deve ser feita antes do sexto mês de gravidez e ela permite reduzir as chances de nascimento prematuro e sequelas como a hidrocefalia. Ademais, todo o tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar com médico ortopedista pediátrico, neurocirurgião e fisioterapeuta.
Por fim, a fisioterapia é uma etapa muito importante no tratamento da Mielomeningocele e da Meningocele, pois auxiliará a criança a ser independente, enquanto se desenvolve após o nascimento. Além disso, permite que a criança possa ter uma rotina mais saudável e aprenda a andar e, em alguns casos, aprender a usar cadeira de rodas.
Ter o diagnóstico que o bebê possui Mielomeningocele ou Meningocele pode ser um desafio, mas há saídas que podem fornecer uma boa qualidade de vida ao paciente desde os primeiros dias de vida. Médicos neurologistas, neurocirurgiões e ortopedistas trabalham para esse objetivo, procurando maneiras de oferecer o melhor tratamento e uma vida saudável.
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