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Epilepsia: o que é e quais os seus tipos

A epilepsia pode causar desde convulsões a sintomas menos conhecidos, saiba mais sobre a doença neurológica mais comum entre a população mundial.

Fotografia de fita roxa, símbolo do dia mundial da epilepsia

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 1% da população mundial sofre com a epilepsia. Mesmo não sendo uma doença rara, ela é acompanhada de estigma e preconceito pela sociedade, fazendo com que as pessoas não procurem a ajuda necessária. 

A epilepsia já foi relacionada a forças sobrenaturais e foi por causa de Hipócrates, pai da medicina, que estudou e mostrou a possível causa da doença: alteração no funcionamento do cérebro – o que foi confirmado com o avanço dos estudos e da tecnologia na área. 

O Purple Day (Dia Roxo) é o Dia Mundial da Epilepsia, que é comemorado no dia 26 de março e é dedicado ao aumento da conscientização sobre a epilepsia. Ao redor do mundo, acontecem diversas atividades para alertar as pessoas sobre umas das doenças neurológicas mais comuns no mundo. 

Siga a leitura do artigo para entender as principais características da epilepsia e seu tratamento, além de aprender o que você pode fazer se estiver próximo a alguém com uma crise convulsiva. 

O que é a epilepsia?

A epilepsia é uma doença  que altera o funcionamento do cérebro e se manifesta através de crises, em que o paciente pode ter alteração no comportamento, perda de controle muscular e consciência. Esses sintomas são reversíveis e o paciente volta ao seu estado normal. 

Tipos de epilepsia

Os sintomas das crises de epilepsia são classificados de acordo com a área do cérebro que é afetada e que vai emitir os sinais ou impulsos elétricos de forma inadequada. Sendo os principais: epilepsia focal e epilepsia generalizada

A epilepsia focal, ou epilepsia parcial, é caracterizada por emitir sinais inadequados de apenas uma parte do cérebro. Ela é dividida em dois tipos principais: simples e complexas. A epilepsia focal simples não apresenta perda de consciência, enquanto a epilepsia focal complexa faz com que o paciente sofra alguma mudança de comportamento ou perca a consciência. 

Por sua vez, a epilepsia generalizada afeta todo o cérebro do paciente e existem diversos tipos de crise generalizada, apresentando sintomas distintos como: 

  • Crise de ausência: O paciente perde a consciência, apresenta um olhar vago, como se não estivesse presente; 
  • Crises mioclônicas: Esse tipo de crise é manifestado por movimentos inesperados no paciente, como espasmos nos braços e pernas;
  • Crises atônicas: Ela provoca perda de controle muscular e, por conta disso, pode fazer com que o paciente perca o equilíbrio e caia;
  • Crises tônicas: Esse tipo de crise faz com que os os músculos dos braços, pernas e costa do paciente fiquem rígidos; 
  • Crises clônicas: Causam contrações e movimentos musculares repetitivos, principalmente nas áreas do rosto, braços e pescoço;
  • Crises tônico-clônicas: É o pior dos tipos de epilepsia, o paciente sofre com perda de consciência e apresenta fortes tremores pelo corpo. 

Qual é a causa da epilepsia? 

recorte de papel cerebral de encefalografia com fita roxa em homenagem ao Dia Mundial da Epilepsia.
A epilepsia é causada por um mal funcionamento do cérebro que pode causar crises epilépticas como crise de ausência ou crises convulsivas.

A epilepsia é causada por pequenas lesões no cérebro que podem ocorrer através de complicações no parto, doenças neurológicas como tumores no cérebro, AVC, entre outros fatores. 

As crises de epilepsia raramente deixam sequelas no paciente, no entanto, se não houver o tratamento adequado, é possível que o paciente sofra com algumas lesões cerebrais permanentes. 

A crise de epilepsia pode ser erroneamente usada como sinônimo de convulsão, entretanto, a convulsão é caracterizada pela contração involuntária dos músculos e que pode ser desencadeada por diversos motivos, sendo a epilepsia um deles. 

Portanto, um paciente apresentar convulsão não indica que ele tenha epilepsia, sendo necessário que a convulsão aconteça frequentemente e, normalmente, acompanhada de outros sintomas.

Sintomas da epilepsia

Os sintomas da epilepsia variam de acordo com o local em que o cérebro é afetado. No caso de uma crise de epilepsia generalizada o paciente pode apresentar um ou mais dos sintomas abaixo: 

  • Perda de consciência; 
  • Convulsões; 
  • Alteração de comportamento (agressividade); 
  • Contração involuntária dos músculos;
  • Rigidez muscular;
  • Tremores; 
  • Ranger os dentes; 
  • Morder a língua;
  • Salivação excessiva;
  • Olhar vago; 
  • Formigamento nos braços ou pernas. 

Após o paciente perder a consciência em uma convulsão ou crise de ausência, o paciente pode sofrer confusão e perda de memória. Além disso, pode sofrer sonolência, dor de cabeça, náusea e vômito. 

Já em uma crise de epilepsia parcial os sintomas são mais leves, pois a lesão vem de apenas um lado do cérebro. Podendo ser causada por movimentos súbitos de uma parte do corpo; distorção na visão e audição e mal estar. 

A epilepsia atinge igualmente homens e mulheres, podendo ser manifestada da infância até a idade avançada. Normalmente as crises são benignas e duram de segundos a poucos minutos. No entanto, caso uma crise dure mais de 30 minutos ela é considerada mais grave, podendo causar lesões permanentes. 

O que fazer em uma crise de epilepsia?

Como vimos, as crises epilépticas duram poucos minutos. Caso você presencie uma convulsão causada pela epilepsia, tem alguns cuidados muito importantes que pode se atentar: 

  • Afaste qualquer objeto da pessoa que possa fazer ela se machucar; 
  • Deixe o espaço livre para movimento dos membros, portanto, não segure braços e pernas; 
  • Vire a pessoa de lado para que não se engasgue com a própria saliva ou vômito; 
  • Apoie algo na cabeça da pessoa para dar suporte; 
  • Afrouxe as roupas para ajudá-la a respirar melhor; 
  • Caso esteja na rua, apenas peça ajuda médica; 
  • Se estiver em casa, espere a crise passar e vá ao médico para que haja o devido acompanhamento e medicação; 
  • Fique ao lado da pessoa passando segurança. 

Caso esteja com alguém que entre em crise, não coloque nada na boca da pessoa para tentar impedir que ela se machuque. Neste caso, é melhor deixar a pessoa morder a própria língua do que colocá-la em risco com objetos que possam ferir de forma mais grave a parte interna da boca. 

Diagnóstica da epilepsia

menina desmaiada no chão enquanto recebe ajuda de uma mulher que está agachada ao seu lado
As crises epilépticas, normalmente, duram apenas alguns instantes e o paciente logo retorna em seu estado normal, podendo ficar desorientado ou com perda de memória.

Para realizar o diagnóstico de epilepsia, o médico, por meio da anamnese, irá avaliar o histórico do paciente para entender desde quando as crises começaram e com qual recorrência que elas acontecem. 

Exames como o eletroencefalograma ou a ressonância magnética podem auxiliar o médico a descobrir a causa da epilepsia no paciente e indicar o melhor tratamento. 

Como é o tratamento da epilepsia?

O tratamento da epilepsia é realizado através de medicamentos anticonvulsivantes de uso contínuo, como o Carbamazepina ou Fenobarbital. Eles vão atuar diretamente no neurônio, evitando que ele dispare sinais desordenados e ajude o paciente a recuperar sua qualidade de vida. 

Além disso, através dos exames feitos no período de diagnóstico, o médico irá observar se as crises são muito recorrentes e, caso ele veja alguma lesão mais grave no cérebro, pode ser necessário intervenção cirúrgica. 

Por mais que as crises convulsivas possam assustar as pessoas e, por isso, poucas pessoas chegam a receber o tratamento adequado, é extremamente importante procurar um médico neurologista para que ele acompanhe o caso de perto.  

Com o tratamento, na maioria dos casos as crises de epilepsia ficam controladas, no entanto, em alguns pacientes elas podem reaparecer, principalmente, em momentos de estresse elevado, sono inadequado e ao consumir álcool. 

Se você reconhece algum dos sintomas que está sofrendo no dia a dia, procure imediatamente um Neurologista. Ter o quanto antes o diagnóstico correto irá te ajudar a melhorar sua saúde e qualidade de vida! 

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