Cefaléia em salvas: um dos piores tipos de dores de cabeça

A cefaléia em salvas é considerada uma das piores dores de cabeça que existem e é um tipo relativamente raro que ​​acomete 0,1% da população mundial. Ela se manifesta no paciente por um longo período, sendo, geralmente, as crises mais intensas à noite. 

O dia 21 de março é considerado o Dia Internacional da Cefaleia em Salvas para conscientização sobre a dor e suas consequências negativas no dia a dia de quem sofre da doença. 

A cefaléia é uma das doenças mais incapacitantes do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cefaléia em salvas, por exemplo, pode apresentar episódios longos e dolorosos que persistem, regularmente, de um a três meses. 

Por isso, é importante entendermos as características da dor de cabeça, pois é um indicativo do seu corpo dizendo que algo está errado!

Siga lendo nosso artigo para entender as principais características da cefaléia em salvas, qual o seu tratamento! 

O que é cefaléia em salvas? 

A cefaléia em salvas (CS) é um tipo raro de dor de cabeça que provoca dores intensas e é caracterizada por afetar apenas um dos lados da cabeça, geralmente, sendo ao redor dos olhos ou nas têmporas (região lateral da cabeça).  

As cefaléias podem ser classificadas em primárias, que são as dores de cabeça que não são ocasionadas por nenhuma doença, sendo a dor de cabeça a doença em si, e em cefaléias secundárias, que são quando as dores de cabeça são uma consequência de outras doenças. 

A cefaléia em salvas é uma cefaléia tipo primária que pode ocorrer em salvas, ou surtos, de forma episódica (Cefaléia em salvas episódica) que podem ocorrer diversas vezes durante o dia, com duração média de 30 a 45 minutos e pode perdurar entre 6 a 9 semanas seguidas – e depois ficar um período sem qualquer sintoma da doença. 

Ou ela pode acometer o paciente de forma crônica (Cefaleia em Salvas Crônica) cujo paciente sofre com dores persistentes e não é capaz de calcular quanto tempo ficou sem sentir qualquer sintoma da doença. 

Estudos indicam que de 10 a 15% dos pacientes têm sintomas crônicos da cefaléia em salvas, ocorrendo em uma incidência maior em homens e que costuma ter início entre os 20 e 40 anos.  

Sintomas da cefaleia em salvas

Os sintomas da cefaléia em salvas é uma dor muito forte e intensa ao redor de um dos olhos ou em uma das têmporas (região lateral da cabeça), e pode se manifestar até 8 vezes no mesmo dia. 

Além da dor intensa, outros sintomas comuns são: 

• Lacrimejamento do olho na região afetada; 
• Vermelhidão no olho; 
• Congestão nasal; 
• Inchaço do rosto;
• Queda da pálpebra do lado afetado.  

O que provoca cefaleia em salvas?  

A causa da cefaléia em salvas não por um único fator e, por ser uma cefaléia tipo primária, não é causada por nenhuma outra doença pré-existente no paciente. 

Ela é uma doença neurológica, no qual estudos indicam que há uma disfunção na região do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável por regular os ritmos circadianos, produzindo e secretando melatonina – mecanismo pelo qual o nosso organismo se regula entre o dia e a noite. 

Por isso, exames de pacientes com cefaléia em salvas mostram que há uma ausência do pico noturno de melatonina, o que prejudica o início do sono do paciente. 

Uma outra causa da doença é a predisposição trigeminal, isto é, uma disfunção que causa uma compressão no nervo do cérebro conhecido como trigêmeo, o principal nervo do rosto e o principal responsável por controlar a mastigação – por isso, a característica da doença de provocar dor unilateral na face e mandíbula. 

Alguns outros fatores que causam episódios de cefaléia em salvas são consumo de álcool, tabagismo, aumento na atividade física ou mental. 

Tratamento da cefaleia em salvas

Não há um único tratamento que cure a cefaléia em salvas. Ela é uma doença com características cíclicas, isto é, acomete o paciente por um determinado período, entra em remissão (o tempo pode variar de paciente para paciente) e depois gera novos episódios. 

O médico irá atuar, primeiramente, para aliviar a dor do paciente durante as crises. O tratamento preventivo se inicia logo nos primeiros minutos de sintomas e deve ser mantido até que o paciente não sinta mais dor, fazendo com que ele consiga seguir com suas tarefas do dia a dia. 

Todo o percurso será acompanhado de perto por um Neurologista e podem ser utilizados anti-inflamatórios, remédios da classe dos anticonvulsivantes, bloqueadores de canal de cálcio ou lítio, ou até mesmo a utilização de máscara de oxigênio para aliviar 100% as crises da doença. 

No entanto, a prescrição de qual será o melhor medicamento será decidido entre o médico e paciente – após diversos exames e estudos do caso do paciente. 

Se você se identificou com um ou mais sintomas da cefaléia em salvas, procure imediatamente um neurologista. Ter o quanto antes o diagnóstico correto ajudará a melhorar a qualidade de vida!