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Como ocorre o Trauma Raquimedular e quais suas complicações?

paciente usando cinto de suporte para lombar ortopédica com andador por conta de um trauma raquimedular

A sociedade moderna propicia diversas facilidades no dia a dia, como carros que permitem percorrer grandes distâncias em pouco tempo e, até mesmo, aviões que nos permitem cruzar oceanos. Mas com isso, o homem se tornou mais propenso às lesões traumáticas, como o trauma raquimedular, que tem como principal causa acidentes de carro. 

A primeira pessoa a comentar sobre o trauma raquimedular foi o egípcio Imhotep, um médico que retratou como as pessoas que sofriam lesões na medula perdiam a capacidade de andar e não recebiam o devido tratamento. Com o avanço da medicina, existem diversos recursos que podem auxiliar o paciente a ter uma boa qualidade de vida novamente.

Portanto, se você quer saber mais sobre o trauma raquimedular, continue lendo este artigo. Vamos explicar quais as principais causas e as complicações que ela pode causar na vida do paciente, podendo ir de traumas temporários a permanentes. Boa leitura! 

O que é um trauma raquimedular? 

O Trauma raquimedular (TRM), ou fratura raquidiana, é uma lesão da medula espinhal que provoca alterações temporárias ou permanentes na função motora ou de sensibilidade no paciente. Ela pode ser causada por acidentes, pequenas quedas de própria altura, queda em águas rasas e, até mesmo, agressões.  

A lesão ou trauma raquimedular pode ser de causa primária, que remete a uma lesão na medula no momento imediato ao acidente; ou pode ser uma lesão secundária, que refere-se a uma sequência de eventos que ocorrem com o corpo, em que as células são submetidas a um estresse tão grande que não conseguem se restaurar, causando a morte celular. 

O que causa um trauma raquimedular? 

Os acidentes de carro são a principal causa de Traumatismo Raquimedular (TRM), com cerca de 30% dos casos. Em seguida, a causa mais comum são acidentes por mergulho em águas rasas, com 21%. 

Além disso, quedas da própria altura em acidentes domésticos, por exemplo, somam 20% dos casos, sendo mais comum em pessoas de idade avançada. E ferimentos por arma de fogo também causam TRM, somando 12% dos casos. Por fim, acidentes esportivos, com 2%. 

Ademais, existem as lesões da medula espinhal que não são traumáticas, causada por doenças como: 

  • Câncer;
  • Osteoporose;
  • Tumores espinhais;
  • Esclerose múltipla;
  • Inflamação da medula espinhal;
  • Artrite;
  • Estenose espinhal.

​Quais são os sinais e sintomas de um trauma raquimedular? 

O trauma raquimedular pode manifestar diversos sintomas, tudo depende de qual local do corpo foi lesionado e a gravidade da lesão na medula. 

Os principais sintomas de um trauma raquimedular no paciente são: 

  • Perda de movimentos do pescoço para baixo (Tetraplegia);  
  • Perda de movimentos das pernas para baixo (Paraplegia);
  • Dor nas costas; 
  • Alteração na sensibilidade ao calor, ao frio ou à dor;
  • Espasmos musculares;
  • Dores por lesão nos nervos;
  • Alteração dolorosa da sensibilidade;
  • Dificuldade para respirar;
  • Alteração do controle esfincteriano.

Traumatismo Raquimedular: níveis de lesão 

homem caído no chão ao lado de uma escada com as mãos nos ombros com expressão facial de dor
Quanto mais alto na coluna vertebral ocorre a lesão, mais complicações o paciente terá no dia a dia. 

A coluna vertebral é composta por 33 vértebras sendo 7 cervicais (C1 a C7), 12 torácicas (T1 a T12), 5 lombares (L1 a L5), 5 sacrais que formam o osso sacro e 4 coccígeas, formam o cóccix. Por isso, dependendo do local da lesão, haverá consequências diferentes na vida do paciente. 

 Ilustração da coluna vertebral indicando a relação entre cada vértebra.
Ilustração da coluna vertebral mostrando a relação entre as vértebras, a medula espinhal e as raízes nervosas. – Retirado de MedicinaNet.

O interior das vértebras em nosso corpo é constituído por um estojo ósseo por onde passa a medula nervosa, ou medula espinhal. E por esse canal passam os nervos que saem do cérebro e controlam os movimentos que realizamos com as pernas e braços e os demais órgãos do corpo. 

Portanto, existem quatro tipos de trauma raquimedular a depender da altura da lesão: 

  • Lesão medular cervical (altura do pescoço); 
  • Lesão medular torácica (costelas); 
  • Lesão medular lombar (parte inferior da coluna); 
  • Lesão medular sacral. 

E quanto mais alto na coluna vertebral ocorre a lesão, mais complicações o paciente terá no dia a dia. Por exemplo, lesões da medula espinhal cervical geralmente causam perda de função nos braços e pernas, resultando em uma tetraplegia. 

Já as lesões na região torácica afetam o tórax e as pernas, resultando no que chamamos de paraplegia, bem como as lesões nas vértebras lombares e sacrais que também acometem as funções das pernas

Ademais, as lesões da medula espinhal ou trauma raquimedular podem ser divididas em lesões completa e incompleta:

  • Lesão completa: Significa que é uma lesão que resultou em nenhuma sensação e nenhum movimento voluntário abaixo do local; 
  • Lesão incompleta: Ainda há alguma função abaixo do nível da lesão.  

Uma pessoa com uma lesão incompleta, por exemplo, pode ser capaz de mover um membro mais do que outro ou pode ter mais funções em um lado do corpo do que no outro. 

Como diagnosticar o trauma raquimedular?

A depender do grau da lesão neurológica, é possível identificar a lesão medular e seu nível aproximado apenas com o exame físico realizado por um médico especializado. 

É necessário realizar exames de imagem, como a radiografia e tomografia computadorizada, que vão auxiliar no diagnóstico e mapear as fraturas dos ossos da coluna para verificar se é necessário a cirurgia. Um exame complementar é o de ressonância magnética, que vai apontar o nível da lesão da medula espinhal. 

O que fazer em casos de acidente?

Se você presenciar um acidente de qualquer outra natureza, não tente remover a vítima da posição que está lhe causando dor. O ideal é deixar a pessoa na posição e ligar para a emergência, pois se tentar removê-la pode causar sérios danos à coluna vertebral do doente.

Desenho ilustrando os cuidados iniciais na remoção e no transporte dos pacientes.
O atendimento médico deve ser imediato depois do acidente e é muito importante não mexer no corpo do paciente até a chegada da equipe de resgate. – Retirado de MedicinaNet. 

O atendimento médico deve ser imediato depois do acidente, independente de qual gênero seja. Além disso, o paciente com lesão da coluna deve ser imobilizado com colar e manipulado com o auxílio de prancha no momento inicial do resgate para, assim, não causar nenhum dano extra na coluna. 

Qual o tratamento para o trauma raquimedular?

O tratamento de um trauma raquimedular vai depender do nível da lesão. No entanto, até o momento, não existe nenhum tratamento eficaz que seja capaz de reverter uma lesão da medula espinhal. 

Entretanto, é possível evitar a piora do quadro com a realização de uma cirurgia para reduzir a fratura e realizar o realinhamento do canal vertebral. Além disso, existem alguns fármacos em experimento que podem auxiliar na recuperação do paciente. 

Por exemplo, o remédio Monossialogangliosídeo Sódico GM1, produz resultados positivos em pacientes com TRM, mostrando melhora da recuperação dos índices sensitivos e motores, além da função esfincteriana. 

O tratamento do TRM será voltado para a adaptação do paciente com a nova realidade, além de evitar o agravamento das lesões da medula. Isso é realizado com a ajuda de uma equipe multidisciplinar contando com neurocirurgião, fisioterapeuta, psicólogo e ortopedista para propiciar o melhor tratamento. 

A Unidade Médica Avançada possui uma clínica no Itaim Bibi em São Paulo, com profissionais especializados em neurocirurgia e que oferecem um tratamento humanizado para aliviar e encontrar a causa das dores que impactam a qualidade de vida dos pacientes.  

Quer saber mais sobre outras condições médicas? Confira nossos artigos ou navegue pelo site para conhecer os profissionais da Unidade Avançada que vão cuidar da sua saúde. 

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