Conheça os diferentes tipos de convulsão e saiba como identificá-los
As convulsões são um distúrbio neurológico que afeta cerca de 1% da população. Elas são caracterizadas por episódios repentinos de atividade elétrica anormal no cérebro e podem ser causados por diversos fatores. Por isso, existem diversos tipos de convulsão e que podem levar a uma variedade de sintomas físicos e emocionais.
Se quiser entender mais sobre os diferentes tipos de convulsão, incluindo convulsão generalizada, convulsão focal e convulsão não-epiléptica, continue lendo este artigo. Vamos examinar os principais sinais que o paciente apresenta, bem como discutir algumas das formas de ajudar alguém durante uma convulsão. Boa leitura!
O que é uma convulsão?
Uma convulsão é um evento repentino e involuntário do cérebro que pode ser uma convulsão generalizada, que envolve todo o corpo, ou convulsão parcial, afetando uma parte do corpo. Durante o episódio, o cérebro apresenta uma atividade elétrica anormal, o que leva a movimentos involuntários, perda de consciência, entre outros sintomas.
As convulsões podem durar de alguns segundos a vários minutos e podem ocorrer em pessoas de qualquer idade. As convulsões podem ser um sintoma de uma condição subjacente, como epilepsia, lesão cerebral, distúrbios metabólicos ou doenças genéticas.
Diferença entre convulsão e epilepsia
A convulsão é um evento que causa contrações musculares no corpo inteiro ou em um grupo de músculos. Já a epilepsia é uma doença crônica do sistema nervoso que é caracterizada por apresentar como sintoma convulsão recorrente e espontânea.
Tipos de convulsão
As convulsões podem ocorrer em pessoas de qualquer idade e podem ter várias causas, incluindo doenças genéticas, lesão cerebral, infecções e doenças metabólicas. Por isso, existem vários tipos de convulsões, cada um com diferentes sintomas e causas.
Convulsão Generalizada
As convulsões generalizadas são caracterizadas por uma atividade elétrica anormal que se espalha por todo o cérebro. Elas podem ser divididas ainda em três subtipos diferentes:
Convulsão Tônico-Clônica Generalizada (CTCGs)
A Convulsão Tônico-Clônica também é conhecida como “Convulsão Grande Mal” e é a forma mais comum de convulsão generalizada. Ela é caracterizada por ter uma fase tônica, em que o corpo fica rígido, sendo seguido de uma fase clônica, em que ocorrem contrações musculares rítmicas.
Durante este tipo de convulsão, o paciente pode perder a consciência, morder a língua ou perder o controle da bexiga ou intestino.
Convulsão de Ausência
A convulsão de ausência, também conhecida como “pequeno mal”, é caracterizada por uma breve perda de consciência, que pode durar breves segundos. Durante a crise convulsiva, a pessoa pode parecer ausente ou apresentar um olhar vago, além de realizar movimentos repetitivos, como piscar os olhos ou mexer os lábios.
Convulsão Mioclônica
Já a convulsão mioclônica é caracterizada por contrações musculares súbitas e rápidas que podem afetar parcialmente o corpo, ou seja, um grupo muscular específico, ou em todo o corpo. As convulsões mioclônicas podem ocorrer em espasmos ou de maneira repetitiva, que podem progredir para uma crise com perda de consciência.
Convulsão Focal
As convulsões focais são caracterizadas por atividade elétrica que iniciam em uma região específica do cérebro e podem ser divididas em três subtipos:
- Convulsão focal com sintomas motores: é caracterizada por afetar o sistema motor e causar movimentos anormais em apenas uma área específica do corpo, como espasmos musculares, tremores;
- Convulsão focal com sintomas sensoriais: é caracterizada por alterações na sensação em uma área específica do corpo, como formigamento, dormência ou uma sensação de queimação;
- Convulsão focal com sintomas psíquicos: causa sintomas psicológicos, como alucinações, sentimentos de medo ou confusão mental.
Convulsão Não-Epiléptica (CNEs)
A Convulsão Não-Epiléptica, também conhecida como Convulsão Psicogênica, é uma condição em que a crise pode parecer um tipo de convulsão epiléptica, mas não são causadas por atividade elétrica anormal no cérebro. Em vez disso, são causadas por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, traumas emocionais ou outros transtornos psiquiátricos.
Além disso, diferente dos outros tipos de convulsão, as convulsões epilépticas, geralmente, não respondem ao tratamento com antiepilépticos, sendo necessária psicoterapia ou realizar o tratamento da doença diagnosticada, como doenças do coração ou hipoglicemia.
Convulsões em Crianças
Uma das principais causas de convulsões em crianças é a febre alta, conhecida como convulsão febril. Isso pode ocorrer em crianças entre seis meses e cinco anos e, geralmente, não causa lesões ao cérebro.
No entanto, é de extrema importância procurar auxílio médico se a convulsão durar mais de cinco minutos ou se o seu pequeno apresentar sintomas como falta de ar ou vômitos. Outro tipo de convulsões em crianças são as convulsões neonatais, que ocorrem em recém-nascidos.
Primeiros sinais de convulsão
Os primeiros sinais de uma convulsão podem variar de acordo com um dos tipos de convulsão. No entanto, alguns sintomas em comuns entre os tipos de convulsão são:
- Movimentos involuntários do corpo;
- Perda de consciência;
- Tremores;
- Rigidez muscular;
- Espasmos;
- Salivação excessiva;
Em alguns casos, o paciente pode chegar a emitir um som estranho ou até perder o controle da bexiga, ou do intestino durante a crise. Por isso, é importante observar esses sinais, especialmente se a convulsão durar mais de cinco minutos ou ocorrerem crises repetidas, para procurar ajuda médica imediatamente.
Qual o pior tipo de convulsão?
A crise convulsiva generalizada tônico-clônica é um dos tipos mais graves e urgentes de convulsão, pois pode levar a lesões cerebrais significativas.
Como agir em caso de convulsão?
Em primeiro lugar, é imprescindível manter a calma e observar os sinais da convulsão. Saber como agir nos vários tipos de convulsão, pode ajudar a garantir a segurança da pessoa que está ao seu lado, além de reduzir complicações, como lesões físicas ou cerebrais.
- Manter a calma para não entrar em pânico durante uma convulsão;
- Afrouxar a roupa ao redor do pescoço;
- Proteja a pessoa e verifique se ela está em um local seguro, sem objetos perigosos próximos que possam causar ferimentos;
- Coloque a pessoa de lado para evitar que ela engasgue com saliva ou vômito durante a convulsão;
- Manter a cabeça da pessoa apoiada em um travesseiro ou uma roupa macia para evitar possíveis lesões no pescoço;
- Chame a emergência se a convulsão durar mais de cinco minutos ou se a pessoa tiver várias convulsões seguidas, chame imediatamente uma ambulância;
- Não restrinja os movimentos da pessoa;
- Não coloque nada na boca da pessoa.
Diagnóstico e Tratamento
Para realizar o diagnóstico de convulsão, o médico, por meio da anamnese, irá avaliar o histórico do paciente para entender desde qual a recorrência que as crises acontecem, juntamente, irá solicitar exames neurológicos e testes de imagem do cérebro, como uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM).
Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de sangue e/ou monitorar a atividade elétrica do cérebro a partir de um eletroencefalograma (EEG), para determinar de forma assertiva qual a causa da convulsão.
O tratamento de convulsões epilépticas é realizado através de medicamentos anticonvulsivantes de uso contínuo, como o Carbamazepina ou Fenobarbital. Eles vão atuar diretamente no neurônio, evitando que ele dispare sinais desordenados e ajude o paciente a recuperar sua qualidade de vida.
Já as convulsões por infecções ou lesões no cérebro podem requerer tratamento específico, como antibióticos ou antivirais. Em alguns casos, a terapia comportamental pode servir para reduzir a frequência e a gravidade das convulsões. Já nos quadros mais graves, pode ser necessário internar o paciente em um hospital para monitorar o estado de saúde.
Se você reconhece algum dos sintomas que está sofrendo no dia a dia, procure imediatamente um neurologista para encontrar o melhor tratamento. E para mais informações sobre saúde e bem-estar, confira o nosso blog e não deixe de cuidar da sua saúde e qualidade de vida!
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