Cervicalgia: o que é e como se manifesta
Conhecida popularmente como dor no pescoço, a cervicalgia atinge entre 30 a 50% da população geral. A dor na região cervical é um problema comum, por isso, muitas pessoas apresentam ou vão apresentar, ocasionalmente, dores cervicais.
Elas podem ocorrer devido a má postura ao realizar tarefas comuns como assistir tv, ler na cama ou, até mesmo, por má hábitos como mascar chiclete por um longo período.
É um sintoma que impacta muito a qualidade de vida do paciente e afeta as atividades rotineiras como manter a organização da casa, o dia a dia no trabalho, além de os momentos simples de descanso se tornarem algo doloroso.
Se quer entender mais sobre a cervicalgia, como ela se manifesta e suas características, continue lendo nosso artigo.
O que é cervicalgia?
A cervicalgia é um sintoma, especificamente, um tipo de dor que afeta as vértebras cervicais, principalmente, a região de trás do pescoço e/ou a nuca. É o resultado de uma lesão ou desgaste dos músculos por conta do mau uso.
Normalmente, a cervicalgia pode ser confundida com um torcicolo, porém, há alguns pontos que as diferem. O torcicolo apresenta dor aguda e é provocado por um mau jeito ou um movimento brusco, no entanto, os sintomas desaparecem em menos de uma semana.
Já a cervicalgia, não apresenta uma causa facilmente diagnosticada, e pode ser provocada por diversos fatores, como movimentos bruscos, má postura, esforço excessivo em atividades ou lesões e traumas.
Tipos de cervicalgia
O termo “algia” é um termo técnico na área da saúde que designa dor. A cervicalgia é a dor na cervical e o seu tipo pode ser classificado de acordo com o período de duração da dor:
- Cervicalgia aguda: crise de dor que dura de alguns dias até por volta de seis semanas. Ela é caracterizada como uma dor passageira causada por conta de hábitos como má postura e excesso de esforço físico.
- Cervicalgia crônica: quadro de dor que pode ultrapassar um período de 3 meses.
Tipos de dor
A cervicalgia apresenta desconforto e dores na região cervical que podem decorrer de diversos fatores. Além de sua duração, as dores causadas pela cervicalgia podem ser ainda classificados a partir do local que afetam:
- Dor ligamentar: dor nos ligamentos, quando uma pessoas apresenta má postura e permanece em uma mesma posição por um longo período, desgastando a região cervical;
- Dor óssea: dor na vértebra que foi afetada. É um tipo de dor contínua e fica mais intensa quando o paciente se move;
- Dor discal: dor nos discos da coluna e aparece quando há algum um movimento que sobrecarrega a região cervical;
- Dor nervosa: é uma dor nos nervos da região cervical e a dor reflete a parte superior do corpo.
Como é a região cervical?
A região cervical é composta por 7 vértebras cervicais, denominadas C1, C2, C3, C4, C5, C6 e C7. Além disso, possui discos intervertebrais, músculos, ligamentos e possui como característica principal ser bastante flexível dando mobilidade para a região.
Entre as vértebras cervicais existe uma estrutura conhecida como disco intervertebral que atuam como um amortecedor, absorvendo impactos da região.
Além disso, a região cervical começa logo abaixo do crânio e termina no início da região torácica. Sendo assim, ela possui a função de dar sustentação ao corpo, dar mobilidade ao pescoço e são responsáveis por proteger os nervos da medula espinhal e as artérias que são responsáveis por enviar sangue ao cérebro.
Causas da dor cervical
Estudos apontam que a dor cervical é mais comum em pessoas com 45 anos ou mais, podendo ter diferentes motivos como:
- Dormindo em uma posição inadequada que irrita a região cervical;
- Tensão e estresse do dia a dia;
- Uso prolongado do celular;
- Excesso de peso que causa a contração muscular do pescoço;
- Má postura no trabalho (falta de ergonomia);
- Bruxismo;
- Esforços repetitivos;
- Traumas, inflamação ou infecção na região.
Sintomas da cervicalgia
O paciente que sofre com cervicalgia, normalmente, apresenta dor e rigidez na região cervical, que causa dificuldade e limitação de movimento. No entanto, pode sentir também:
- Febre;
- Tontura;
- Formigamento;
- Calafrios;
- Tremores;
- Dormência;
- Perda de força nos ombros ou dedos;
- Dor irradiando para o braço.
A dor causa no paciente uma atitude de defesa da região cervical, evitando qualquer tipo de movimento que cause mais dor. Os sintomas irão variar de acordo com o grau de comprometimento da região e/ou se é um sintoma secundário de alguma outra doença.
Quando a dor é intensa e irradia para os braços ou outras regiões da parte superior do corpo pode indicar algo mais grave.
Doenças que podem causar cervicalgia
A cervicalgia em si é um sintoma, no entanto, ela pode ser um sintoma secundário de alguma doença. Sendo as principais:
- Espondilolistese cervical;
- Espondilite anquilosante;
- Hérnia de disco cervical;
- Tumores (benignos ou malignos);
- Artrose da coluna;
- Infecções ósseas.
É extremamente importante estar atento aos sinais que o corpo apresenta para indicar que algo não está indo muito bem. Quanto mais cedo as doenças são identificadas, maiores são as chances do paciente se recuperar por completo e voltar a ter qualidade de vida.
Por isso, não tome medicamentos prolongados que apenas encobrem a dor. Procure um médico especializado que irá entender o que está sentindo e indicar o tratamento correto.
Diagnóstico da cervicalgia
O diagnóstico clínico da cervicalgia será feito, inicialmente, com a anamnese, ou seja, o estudo do histórico do paciente, e uma análise física para encontrar respostas que indiquem qual é a postura que esteja causando os quadros de dor.
No entanto, os diagnósticos não seguem uma receita e pode ser desafiador, pois estudos realizados sobre diagnóstico de cervicalgia apontam que pacientes sem qualquer lesão na região cervical podem apresentar dor, e quem possui lesões na região podem viver sem apresentar qualquer tipo de sintoma.
Portanto, o médico irá solicitar que o paciente realize movimentos simples na região, como rotação e lateralização do pescoço para observar até onde o paciente consegue se mover. E outros exames complementares podem auxiliar o médico a chegar no diagnóstico e prescrição correta.
Tratamento da cervicalgia
Ainda no tratamento conservador, a farmacologia auxilia no alívio da dor nos quadros agudos, verifique abaixo os principais medicamentos utilizados:
Analgésicos: os mais comuns são os não opioides, como a dipirona e o paracetamol, ou os opioides, como tramadol e codeína. Há novas opções no mercado como opióides potentes em forma de adesivo, com liberação prolongada, como a buprenorfina, com maior tolerância em pacientes idosos.
- Anti-inflamatórios;
- Relaxantes musculares;
- Anestésicos.
Caso a dor passe e retorne, não melhorando com os medicamentos citados, o médico pode sugerir um tratamento com injeção da toxina botulínica, que produz um efeito analgésico prolongado, melhorando o quadro de dor do paciente.
Além disso, caso o médico especializado suspeite que o fator psicológico e estresse estejam causando os episódios de dor, sozinho o tratamento convencional não será eficaz. Ele irá recomendar um médico psiquiatra para analisar o quadro, seja depressão, ansiedade e estresse e tratar em conjunto com terapia e medicamentos.
Como evitar a dor cervical?
Como você chegou até aqui, já entendeu o que causa a cervicalgia. Caso tenha uma rotina exaustiva e intensa, em que é necessário
- Fortalecer e esticar seus músculos
- Cuidar da postura na jornada de trabalho;
- Faça pausas durante o trabalho;
- Evite repetitividade de movimentos;
- Levante a tela do celular mantendo na altura dos olhos ao usar o celular ou durante o trabalho;
- Tenha uma cadeira com apoio de cabeça.
Se você se identificou com algum dos sintomas de cervicalgia, converse já com um dos nossos médicos especializados e qual o melhor tratamento.
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