Espinha bífida: doença que afeta o desenvolvimento do bebê na gestação
A espinha bífida é um das doenças congênitas mais sérias que afetam o tubo neural. Doenças congênitas são aquelas que afetam o bebê ainda durante a gravidez. A espinha bífida é uma malformação que resulta no fechamento incorreto da coluna vertebral durante a 3ª e a 5ª semana de gestação.
Portanto, pessoas com essa malformação apresentam complicações que transformam essa doença em um sério problema de saúde pública, que afeta a vida do indivíduo em todos os âmbitos, além de família e pessoas que os cerca. Entretanto, a suplementação com ácido fólico até o terceiro mês de gestação pode ajudar a reduzir a gravidade dos defeitos do tubo neural.
Portanto, se quiser entender mais sobre a espinha bífida como ela ocorre, suas principais características e quais os fatores que levam ao desenvolvimento dessa doença no bebê, continue lendo nosso artigo. Boa leitura!
Afinal, o que é a espinha bífida?
A espinha bífida é uma malformação congênita que o bebê desenvolve durante as 4 primeiras semanas de gravidez. Essa doença pertence à família dos Defeitos de Fechamento do Tubo Neural (DFTN) e é caracterizada por uma falha no desenvolvimento da coluna vertebral e formação incompleta da medula espinhal.
O tubo neural é a estrutura embrionária que dá origem ao cérebro e à medula espinhal, ou seja, à medida que o bebê se desenvolve, o tubo neural vai se diferenciando e formando a coluna vertebral e todo o sistema nervoso do bebê. Quando ocorre uma malformação nesse processo, gera a espinha bífida.
Como ocorre a espinha bífida?
O tubo neural se forma na primeira etapa da gravidez e se fecha aproximadamente ao final da terceira semana de gestação, ou seja, antes do fim do primeiro mês de gestação. Em bebês com espinha bífida, uma parte do tubo neural não se forma ou fecha corretamente, causando problemas na medula espinhal e também nos ossos da coluna vertebral.
Portanto, a espinha bífida acontece quando ocorre uma falha no fechamento do tubo neural da coluna vertebral, durante o processo de formação no bebê. Neste quadro, dependendo da gravidade, a medula e nervos do bebê podem ficar expostos ao líquido amniótico do útero da mãe e sofrer sequelas graves após o nascimento.
Tipos de espinha bífida
A espinha bífida pode apresentar-se de duas formas: espinha bífida cística ou aberta e espinha bífida oculta, sendo a cística o tipo mais comum.
Espinha bífida oculta
É o tipo mais comum de espinha bífida, também chamada de disrafismo espinhal oculto e não há a presença de um cisto exposto. Então, neste caso, a espinha está aberta, mas a medula espinhal não está fora de seu posicionamento normal. Ela não costuma causar grandes problemas, pois não há envolvimento da medula espinhal e uma pessoa pode nem perceber que tem espinha bífida.
Espinha bífida cística
Este tipo de espinha bífida cística é dividida entre mielomeningocele e meningocele. Neste quadro, ocorre o fechamento incompleto da coluna vertebral, com envolvimento da medula espinhal e das estruturas que a protegem, por isso, o bebê apresenta uma saliência nas costas. Ela pode causar incontinência urinária, fecal e até paralisia dos membros inferiores.
Identificação da espinha bífida
A espinha bífida pode ser diagnosticada ainda durante a gestação, enquanto a mãe realiza as consultas regulares de pré-natal. Através dos exames rotineiros de ultrassonografia, além de testes de dosagem dos níveis de alfafetoproteína circulantes no sangue da mulher, que nos casos de espinha bífida está alterado.
Após o nascimento, o diagnóstico da espinha bífida pode ser feito através de exame físico e realização de exames de imagem em casos menos graves e expostos.
Conheça as causas da espinha bífida
As causas para o desenvolvimento da espinha bífida ainda não são conhecidas. O fator que está relacionado com a espinha bífida é a ingestão insuficiente de ácido fólico pela mãe (vitamina B9). Essa vitamina é importante no processo de síntese de DNA, que é essencial no processo de desenvolvimento do bebê no útero.
Além da deficiência do ácido fólico, alguns fatores podem favorecer a espinha bífida:
- Diabetes;
- Deficiência de zinco;
- Obesidade;
- Consumo de bebidas alcoólicas na gravidez;
- Hipertermia;
- Uso de medicamentos anestésicos ou analgésicos sem recomendação médica;
- Entre outros.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam o uso de ácido fólico na dose de 400 mg diárias até o terceiro mês de gestação para evitar problemas no tubo neural. O ácido fólico pode ser encontrado em alimentos vegetais ou o próprio médico pode receitar um multivitamínico para suprir a deficiência.
Quais são as manifestações clínicas
As manifestações clínicas que são mais graves são da espinha bífida cística do tipo mielomeningocele. E ela pode causar:
- Paralisia de membros inferiores;
- Meningite em bebês recém nascidos;
- Úlceras de pele;
- Bexiga neurogênica;
- Intestino neurogênico;
- Hidrocefalia;
- Deformidades músculo-esqueléticas;
- Entre outros.
Em outros tipos de espinha bífida, as manifestações variam de acordo com o nível de envolvimento das estruturas nervosas na coluna. Já na espinha bífida oculta, normalmente, ela não causa nenhuma sequela aparente ou grave.
Para isso, uma opção oferecida a mães que obtém o diagnóstico ainda durante a gestação é realizar o parto cesáreo, pois reduz os riscos de ruptura da lesão, fato este que colabora para a ocorrência de infecção e comprometimento neurológico.
Consequências em recém-nascidos e na vida adulta
Recém-nascidos com mielomeningocele, por exemplo, podem desenvolver meningite que pode levar a lesões cerebrais sérias ou, até mesmo, ser fatal. Ao crescer, os bebês que nascem com sequela, como a hidrocefalia, podem ter complicações no processo de aprendizagem.
Em uma criança em idade avançada, a espinha bífida tende a fazer com que o paciente desenvolva alergia ao látex, problemas de pele, além de ter uma maior propensão à depressão.
Tratamento da espinha bífida
A espinha bífida do tipo oculta, geralmente, não requer nenhum tratamento, pois como não apresentam sintomas, o paciente pode nem ter conhecimento do diagnóstico.
Já em bebês que são afetados com a espinha bífida do tipo mielomeningocele, geralmente, é realizada uma cirurgia dentro das primeiras 48 horas de vida. A operação consiste em reparar os nervos expostos e a medula no canal espinhal.
Ainda existe, em alguns casos, a opção de uma cirurgia intrauterina, ou seja, uma operação com o bebê ainda no útero da mãe, na qual o cirurgião reparará a medula espinhal. Esta cirurgia é complicada e necessita de cuidados médicos antes e após o nascimento do bebê. Ela deve ser feita antes do sexto mês de gravidez e ela permite reduzir as chances de nascimento prematuro e sequelas como a hidrocefalia.
Ademais, todo o tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar com médico ortopedista pediátrico, neurocirurgião e fisioterapeuta. A fisioterapia auxilia a criança a conseguir ser independente enquanto se desenvolve após o nascimento, permitindo que ela possa andar ou aprender a usar cadeira de rodas, além de ajudá-la a controlar os músculos do intestino e bexiga e ter uma rotina mais saudável.
Espinha bífida é uma doença hereditária?
A espinha bífida não é uma doença hereditária. Portanto, ela não é passada aos filhos. Essa condição está relacionada a uma deficiência de ácido fólico durante a gestão e outros hábitos do dia a dia, por isso, o único jeito de prevenir a espinha bífida é acompanhar um médico e realizar o pré-natal.
O diagnóstico da espinha bífida pode assustar, mas há saídas que podem fornecer uma boa qualidade de vida ao paciente desde os primeiros dias de vida. Médicos neurologistas, neurocirurgiões e ortopedistas trabalham para esse objetivo, sempre procurando maneiras de oferecer o melhor tratamento.
A Unidade Médica Avançada possui uma clínica no Itaim Bibi, em São Paulo, com profissionais especializados em neurocirurgia, ortopedia e especialistas em dor com um tratamento humanizado, atuando através de medicações e procedimentos intervencionistas.
Quer saber mais sobre outras condições médicas? Confira nossos artigos ou navegue pelo site para conhecer os profissionais da Unidade Avançada que vão cuidar da sua saúde.
Data de publicação: