Malformação de Chiari: o que é e como afeta o sistema nervoso central
De acordo com estudos recentes, estima-se que cerca de 1 em cada 1.000 pessoas possa ter a Malformação de Chiari do tipo I, embora muitos possam ser assintomáticos ou apresentar sintomas leves. Além disso, é mais comum em adultos jovens, entre 20 e 40 anos de idade.
Neste artigo, vamos explorar o que é a Malformação de Chiari, seus tipos, causas, sintomas e opções de tratamento. Se você ou alguém que você conhece foi diagnosticado com essa condição, continue lendo para saber mais.
O que é a Malformação de Chiari?
A Malformação de Chiari, ou síndrome de Arnold-Chiari, é uma condição neurológica rara causada por uma anomalia na estrutura do crânio, que resulta no deslocamento de uma porção do cerebelo e, às vezes, do tronco cerebral para o canal espinhal.
O cerebelo é uma parte importante do cérebro responsável pelo controle do movimento e equilíbrio. Essa forma da condição pode se manifestar em qualquer idade e pode ser mais difícil de diagnosticar, pois os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições neurológicas.
Além disso, é uma condição que pode ser congênita ou adquirida, em que uma estrutura conhecida como tonsila cerebelar invade o canal espinhal.
A Malformação de Chiari congênita é causada por um defeito no desenvolvimento fetal, que resulta em um cerebelo anormalmente pequeno ou uma abertura anormalmente grande no crânio.
Já a Malformação de Chiari adquirida é causada por uma lesão ou deformação do crânio após o nascimento, como um traumatismo craniano ou consequências de uma cirurgia.
Por que acontece a malformação de Chiari?
A causa da Malformação de Chiari ainda não é compreendida, mas acredita-se que seja resultado de anomalias no desenvolvimento do cérebro durante a gestação.
Em alguns casos, a Malformação de Chiari pode ser congênita, ou seja, a pessoa já nasce com a condição. Em outros casos, ela pode ocorrer devido a lesões traumáticas, cirurgias ou infecções que afetam o cérebro.
Além disso, a condição pode ser também hereditária em alguns casos com vários membros de uma mesma família com a condição.
Tipos de Malformação de Chiari
A Malformação de Chiari tipo I é a mais comum e é caracterizada pelo deslocamento da parte inferior do cerebelo para o canal vertebral na parte superior da coluna vertebral. Já o tipo II é uma condição congênita que ocorre em bebês que nascem com espinha bífida.
O tipo III é uma forma rara e grave da condição, em que parte do cerebelo e do tronco cerebral se projetam para fora da parte de trás do crânio. A Malformação de Chiari tipo IV é a forma mais rara e grave, em que o cerebelo não se desenvolve completamente ou está ausente.
Como diagnosticar Chiari?
Os sintomas que ajudam a diagnosticar a Malformação de Chiari podem variar de pessoa para pessoa. Tudo depende do grau de compressão que o cerebelo exerce sobre o tronco cerebral e o fluxo normal do líquido cefalorraquidiano, líquido que protege e nutre o sistema nervoso central.
Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Dores de cabeça;
- Problemas de equilíbrio;
- Problemas na coordenação motora;
- Fraqueza muscular;
- Dificuldade para andar;
- Dormência ou formigamento nas mãos e pés;
- Dificuldade para engolir;
- Problemas de fala;
- Apneia do sono e falta de ar;
- Zumbido nos ouvidos;
- Visão dupla e perda da visão periférica.
Agora, em casos mais graves da Malformação de Chiari, pode levar a sintomas mais sérios, como paralisia, disfunção respiratória, hidrocefalia e até mesmo risco de vida. Por isso, é importante procurar um médico se você apresentar de forma persistente algum dos sintomas.
Qual o exame que detecta Chiari?
A ressonância magnética é o exame mais utilizado para o diagnóstico da Malformação de Chiari. Além disso, a tomografia computadorizada (TC) também pode ser utilizada.
Os exames de imagem para o diagnóstico de Chiari permitem que os médicos visualizem o cérebro e a coluna vertebral em diferentes planos, podendo analisar a extensão do deslocamento do cerebelo e do tronco cerebral.
Quais são as opções de tratamento?
As opções de tratamento para Malformação de Chiari dependem do tipo e da gravidade da condição, bem como os sintomas que o paciente expõe ao médico. Em casos leves, o médico pode recomendar apenas o monitoramento regular dos sintomas e observação, sem a necessidade de intervenção médica.
No entanto, em casos mais graves de Chiari, o tratamento pode envolver uma abordagem multidisciplinar com a participação de neurologistas, neurocirurgiões e fisioterapeutas.
As principais opções de tratamento para Malformação de Chiari incluem:
- Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para descomprimir a área afetada e liberar a pressão sobre o tronco cerebral e a medula espinhal.
- Medicamentos: o médico pode prescrever medicamentos para controlar os sintomas da Malformação de Chiari, como analgésicos para aliviar dores de cabeça, medicamentos para controle de náusea ou anticonvulsivantes para prevenir convulsões;
- Fisioterapia: a fisioterapia pode ajudar a melhorar a força muscular, o equilíbrio e a coordenação, além de reduzir a dor e melhorar a mobilidade.
Cirurgia de Chiari
A decisão para realizar a cirurgia é baseada no quanto a condição impacta na qualidade de vida do paciente e em casos de alterações nos exames de imagem.
Para isso, existem alguns tipos de cirurgia para Chiari, como:
- Craniectomia descompressiva (CD);
- Laminectomia.
A Craniectomia Descompressiva (CD) envolve a remoção de parte do crânio para aliviar a pressão sobre o cérebro e permitir sua expansão. Já a Laminectomia envolve a remoção de parte da vértebra para aliviar a pressão sobre a medula espinhal.
Quais os riscos da cirurgia de Chiari?
Embora a cirurgia para Malformação de Chiari seja geralmente segura e eficaz, como qualquer procedimento cirúrgico, existem alguns riscos associados, como:
- Infecção;
- Sangramento;
- Lesão cerebral ou da medula espinhal;
- Vazamento de líquido cefalorraquidiano.
A Malformação de Chiari é uma condição neurológica que pode ser assintomática ou causar uma variedade de sintomas, dependendo do tipo e da gravidade. Por isso, é importante trabalhar em conjunto com um médico especializado para avaliar todas as opções de tratamento disponíveis.
Se você reconhece algum dos sintomas é importante procurar por um neurologista. A Unidade Médica Avançada conta com profissionais especializados em neurologia, médico que se dedica ao cuidado dos pacientes com condições neurológicas.
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